Casos de infarto aumentam em até 30% em temperaturas abaixo de 14 °C, e casos de AVC crescem 20% nesta época do ano.
A chegada do inverno na última quinta-feira (20) traz consigo uma preocupação extra com a saúde, especialmente no que diz respeito à Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), popularmente conhecida como pressão alta. Um estudo do Instituto Nacional de Cardiologia (INC) revela que quase 28% dos brasileiros foram diagnosticados com hipertensão em 2023, o pior resultado da série histórica do inquérito telefônico Vigitel.
Os dados do estudo mostram que a hipertensão é mais comum entre mulheres (29,3%) do que homens (26,4%), embora essa diferença esteja diminuindo. A prevalência é maior em pessoas com baixa escolaridade, alcançando 45,3% entre aquelas com até oito anos de estudo. A região Sudeste lidera com 29,3% da população diagnosticada, e o Rio de Janeiro destaca-se como a capital com maior índice (34,4%). Entre os mais afetados estão pessoas com 60 anos ou mais, e a faixa etária de 18 a 24 anos apresentou o maior aumento em 2023. A prevalência também é maior entre autodeclarados pretos (29,7%).
Em 2023, pela primeira vez, o Vigitel incluiu entrevistas por celular, o que influenciou os resultados. Segundo especialistas, a queda na temperatura provoca a contração dos vasos sanguíneos para compensar a perda de calor, o que pode levar a picos de hipertensão, sobrecarregando o coração e, consequentemente, aumentando as chances de doenças.
“Com as baixas temperaturas, ocorre uma vasoconstrição, que pode levar à elevação da pressão arterial e da frequência cardíaca, e, consequentemente, aumentar o trabalho do músculo cardíaco. Além disso, ocorre aumento dos níveis de cortisol no sangue e alterações da coagulação, que, juntos, favorecem a formação de coágulos que podem entupir as artérias”, explica Marcelo Franken, cardiologista do Hospital Israelita Albert Einstein.
Segundo o especialista, o aumento de infecções respiratórias, que se tornam mais frequentes nesta época, também é um fator que contribui para a maior incidência de doenças cardíacas no inverno.
Outros fatores que contribuem para o aumento do risco de hipertensão no inverno
- Desidratação: No frio, sentimos menos sede e tendemos a beber menos água, o que pode levar à desidratação. Isso faz com que o sangue fique mais espesso, dificultando a circulação e aumentando a pressão arterial.
- Alimentação: Sopas, caldos e pratos típicos do inverno geralmente são mais gordurosos e salgados, o que também pode contribuir para quadros de hipertensão
- Sedentarismo: Com o frio, a tendência é as pessoas ficarem mais em casa e deixarem as atividades físicas de lado, prejudicando a saúde cardiovascular e aumentando o risco de hipertensão.
Além do aumento dos casos de hipertensão, o inverno também traz um crescimento significativo nos casos de infarto e Acidente Vascular Cerebral (AVC). Segundo o Instituto Nacional de Cardiologia, os casos de infarto aumentam em até 30% em temperaturas abaixo de 14 °C, enquanto os casos de AVC crescem 20% nesta época do ano. Pacientes com idades entre 75 e 84 anos e aqueles que já possuem doenças relacionadas ao coração são os mais vulneráveis às baixas temperaturas.
Grupos mais afetados
Idosos, pessoas com doenças cardíacas pré-existentes e aqueles que apresentam fatores de risco como hipertensão, diabetes e tabagismo são os principais afetados e devem ter cuidados redobrados nessa época do ano.
“Os idosos e pessoas com muitas comorbidades são a população mais vulnerável por possuírem menor reserva funcional e muitos de seus órgãos como os rins, fígado e vasos sanguíneos não funcionam adequadamente”, diz Diego Gaia, coordenador do setor de cardiologia do Hospital Santa Catarina Paulista.
Dicas para proteger a saúde no inverno
- Manter uma alimentação saudável e equilibrada;
- Praticar atividades físicas regularmente;
- Evitar a exposição excessiva ao frio;
- Monitorar a pressão arterial diariamente (importante anotar os resultados para um monitoramento mais eficiente)
Aqui no Hospital Santa Casa de Misericórdia de Pelotas, estamos prontos para atendê-los com uma equipe de cardiologistas preparados e experientes. Realizamos exames de diagnósticos e oferecemos atendimento pelo SUS, convênios e particular.
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Redação: Nátalli Nott Bonow/ASCOM Santa Casa de Misericórdia de Pelotas
Fontes: CNN Brasil e Instituto Nacional de Cardiologia (INC)