O dia 27 de novembro é lembrado como o Dia Nacional do Combate ao Câncer. A data foi instituída em dezembro de 1988 através de uma portaria do Ministério da Saúde. A importância de falar constantemente sobre o assunto está na capacidade que a doença tem de matar. Mas, além disso, existem outros fatores que são fundamentais de serem abordados, como a prevenção e tratamento.
Dados Alarmantes
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), só no ano de 2020 surgiram mais de 309.750 neoplasias em homens e 316.280 em mulheres, sendo a próstata e mama os locais de mais incidência.
O que é Neoplasia?
De acordo com o próprio site do INCA, quando o tumor se dá por crescimento do número de células, ele é chamado neoplasia – que pode ser benigna ou maligna. Ao contrário do câncer, que é neoplasia maligna, as neoplasias benignas têm seu crescimento de forma organizada, em geral lento, e apresenta limites bem nítidos. Elas tampouco invadem os tecidos vizinhos ou desenvolvem metástases. O lipoma e o mioma são exemplos de tumores benignos.
Com a palavra, o Dr. Raul Jablonski Jr. – Cirurgião Oncologista na Santa Casa de Pelotas
Hoje, temos três armas fundamentais para a prevenção e tratamento de doenças oncológicas: Radioterapia, Quimioterapia e a Cirurgia Oncológica. Elas caminham juntas. Por isso o Oncologista Clínico, o Radioterapeuta e o Cirurgião Oncologista devem estar harmoniosamente alinhados e juntos para que o resultado seja efetivo.
A prevenção é indispensável dentro da Oncologia, é a principal forma de tratar um paciente com pretensão curativa. Ela nos leva ao diagnóstico precoce e consequentemente ao sucesso terapêutico. A prevenção deve ser um trabalho de todos: universidades, médicos e pacientes. Até então, os tumores iniciais, normalmente, são descobertos por acaso e não por prevenção. Esperamos que o cenário seja cada mais diferente disso, e que prevenir faça parte da vida das pessoas.
Os tratamentos oncológicos estão evoluindo, porém, muito por conta do aumento do número de casos. Já estamos empatando com as doenças traumáticas e logo assumiremos o segundo lugar na posição de doenças letais. A tendência é que com o aumento da expectativa de vida, mais casos se formem. Isso atenta para o fato de que é extremamente necessário realizar a prevenção e o tratamento precoce de neoplasias. Ou seja, não é porque os tratamentos estão evoluindo, que se deve relaxar.
Na minha área, que é a Cirurgia Oncológica, não operávamos uma gama muito grande de pacientes. Era, por vezes, apenas paliativa. Hoje, com a soma desses tratamentos multimodais, estamos operando e curando cada vez mais. Tumores que eram inoperáveis tornam-se operáveis e até curativos.
No Brasil ainda se peca muito em relação à prevenção. Isso se deve ao fato de não existir, na cultura, o olhar para histórico de doenças na família, para o perfil citogenético e para os tipos de doenças para se fazer uma abordagem direcionada às neoplasias.
As palavras do Dr. Jablonski são claras em relação ao tratamento e prevenção: devem ser feitos precocemente. A chance de cura aumenta consideravelmente.
Exemplo de superação
Queremos que você conheça a Daiane, ela venceu o câncer de mama, após descobrir aos 41 anos.
Quando recebi o laudo de um câncer avançado, pensei que não iria vencer. Mas através da fé que meus pais plantaram no meu coração desde criança, eu busquei entender o que estava acontecendo comigo. É normal ficar assustado, mas devemos buscar forças dentro de nós. O câncer não é o fim. As pessoas sobrevivem e com qualidade de vida. Eu fiz grandes amizades dentro do Centro de Radioterapia e Oncologia da Santa Casa de Pelotas (CERON), que me ajudaram a seguir em frente, foram incansáveis comigo. Se você descobrir seu diagnóstico, tenha fé e acredite, a força está dentro do nosso coração.
Daiane é um exemplo vivo de superação e a prova de que com tratamento adequado, vontade de viver e esperança tudo pode ser vencido.
Fique atento aos sinais do seu corpo e procure a ajuda de profissionais para que, se houver necessidade, tudo possa ser resolvido o quanto antes e sua vida continue.
Fonte: www.inca.gov.br/