Cigarros Eletrônicos: A Falsa Promessa de Saúde e seus Riscos Ocultos

1024 452 Santa Casa de Misericórdia de Pelotas

 

Apesar da promessa de serem mais saudáveis e auxiliarem na cessação do tabagismo, os cigarros eletrônicos são um problema de saúde pública em rápido crescimento. Pesquisas recentes indicam que os vaporizadores não apenas mantêm a dependência química, como também expõem os usuários a substâncias tóxicas que causam uma série de problemas respiratórios e sistêmicos.

 

O surgimento de uma nova epidemia

Desenvolvidos como uma alternativa ao cigarro tradicional, os dispositivos eletrônicos ganharam popularidade especialmente entre os jovens. Segundo o estudo “ESTUDO DA TOXICIDADE CAUSADA PELO USO INDISCRIMINADO DO CIGARRO ELETRÔNICO: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA” (2023), muitos usuários, desinformados sobre os reais impactos, acreditam que estão reduzindo danos à saúde ao substituir o cigarro convencional. Entretanto, o uso prolongado e intenso desses produtos tem levado a efeitos colaterais significativos.

Entre as condições associadas ao consumo de cigarro eletrônico, destaca-se a Lesão Pulmonar Associada ao Uso de Cigarro Eletrônico (EVALI), pneumonia eosinofílica aguda, bronquiolite, além de um risco elevado de problemas gastrointestinais e bucais, como gengivite e feridas orais. Tais doenças surgem devido à presença de compostos tóxicos inalados durante o uso, como metais pesados, nicotina e outros agentes químicos que não são regulamentados.

O perigo invisível: toxinas e substâncias desconhecidas

 

Uma das principais preocupações em torno dos cigarros eletrônicos é a composição de seus líquidos. Estudos de revisão publicados nos últimos 10 anos, incluindo o de 2023, apontam para a presença de substâncias como formaldeído, acetaldeído e até acroleína, compostos conhecidos por causarem danos ao sistema respiratório. A ausência de regulamentação em muitos países permite que essas substâncias sejam comercializadas sem a devida avaliação de segurança, representando um risco direto à saúde dos consumidores.

Os efeitos nocivos do uso regular de cigarro eletrônico vão além das doenças pulmonares. Muitos usuários também relatam sintomas como náuseas, desconforto abdominal e irritação nas vias respiratórias. 

 

 

As consequências a longo prazo e a necessidade de estudos

Por ser uma prática relativamente nova, ainda há incertezas quanto aos impactos a longo prazo dos cigarros eletrônicos. Contudo, as evidências até o momento são suficientes para demonstrar que esses dispositivos não são a solução segura que prometem ser. Ao contrário, eles perpetuam a dependência da nicotina e trazem uma série de efeitos colaterais.

Pesquisadores defendem que mais estudos são necessários para compreender plenamente a extensão dos danos causados pelos vaporizadores. No entanto, o que se sabe já reforça a importância de medidas regulatórias mais rígidas e da conscientização sobre os perigos do uso contínuo desses dispositivos.

 

Conscientização é a chave

Neste Dia do Não Fume, a mensagem é clara: os cigarros eletrônicos não são inofensivos. Escolher alternativas realmente seguras e se informar sobre os efeitos de novas práticas é essencial para proteger a saúde. Em vez de cair na falsa promessa de que esses dispositivos são uma “versão segura” do cigarro, é importante buscar formas comprovadas de cessação do tabagismo e abraçar hábitos que realmente promovam o bem-estar.

 

Fonte : Anjos da Rocha, A., Teixeira de Souza, F., Freire, M. D., Lima, T. B., Abril, V. S., Lordelo, I. C. L. S. (2023). ESTUDO DA TOXICIDADE CAUSADA PELO USO INDISCRIMINADO DO CIGARRO ELETRÔNICO: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA. *Revista Saúde e Ciência*, 5(5), 05-21. DOI: [https://doi.org/10.36557/2674-8169.2023v5n5p05-21](https://doi.org/10.36557/2674-8169.2023v5n5p05-21).